segunda-feira, 9 de abril de 2012

O devir, a mudança que acontece em todas as coisas...

A leveza e o peso insustentável da liberdade...


Desde que tive acesso à Filosofia, me fascinei pela idéia de Heráclito que não se pode passar duas vezes pelo mesmo rio, por decorrência do "devir", ou seja, a mutação, a transformação,o rio flui, as águas correm da nascente para o mar, nunca são as mesmas, assim como as pessoas ,coisas, tudo se modifica, somos feitos de opostos, a idéia do contrário...Sabemos o que é doce porque conhecemos o salgado, o quente é a ausência do frio, o novo transformado em velho... modificações, mudanças...

Mas estou filosofando demais hoje, vocês já sabem da minha paixão pela segunda-feira, dia de começo, chance de começar de novo, mas hoje, minha segunda foi diferente. Não fui caminhar logo pela manhã...Minha rotina foi totalmente contrária...tenho um baú com linhas, lãs, tecidos, coisas para artesanato, fui mexer nele, comprar arroz integral, andar pelas ruas sem lógica, talvez tentando encontrar um pouco de lucidez no meio do caos dos meus pensamentos...A tarde chegou.. pintei minhas unhas, com um esmalte da Risquè , o Psico,da coleção Isabelli Fontana, um roxo neon, que tentei tirar foto da cor real dele, mas a cor na foto saiu em tom azul...
Demorou a secar, então resolvi caminhar na praia...a maré estava alta, a areia fofa, mar agitado como o rufar do sangue sendo bombeado em meu coração,havia meninos surfando, homens pescando mulheres mirando o infinito, onde o céu se encontra com o mar...
Dentro de mim, pairava o peso da leveza, a leveza da liberdade, a leveza do amor que pesa, pois bem sei que, ao mesmo tempo que o amor nos deixa leves, plácidos, ele pesa, pois há nele um comprometimento gratuito.Parafraseando Milan Kundera, em seu livro A Insustentável leveza do Ser,"... a leveza decorre de uma vida levada sob o teto da liberdade descompromissada. A leveza segue-se de um não-engajamento, um não-comprometimento com situações quaisquer...","A leveza, porém, despe a vida de seu sentido. O peso do comprometimento é uma âncora que finca a vida a uma razão de ser, qualquer, que se constrói - sob uma perspectiva existencialista, evidentemente.
Daí, entende-se que o comprometimento com amores, causas voluntárias, trabalhos remunerados, gera um peso, porque a ausência disso é a leveza, mas com a leveza, somos vazios, necessitamos de amor, de compromisso, trabalho,etc e tal..
Mais do que nunca senti o peso do amor em mim e também a leveza do não-comprometimento...
O que é válido na sociedade? Será tão ruim assim o ser humano despreocupar-se com estrutura física, ser gordo, magro, jovem, idoso, balzaquiana, casado, não casado?Quanto vale o HOMEM?O que é o homem, sem amor a sí mesmo, ao próximo, à vida, às coisas?
O nome disso é saudosismo... texto complicado? Pode ser, pois estou tentando passar a dor de amores imperfeitos, que senti, que vivi... a crueldade que somos capazes de ter, fazer. Estou assim por conta de uma citação do Renato Russo em um de seus shows, onde ele menciona que o amor não faz doer, nem dói...
Então me diz... Porque ainda "estou com saudade de tu, meu desejo? "São tantas dores, tantos espinhos vividos, e ainda tem espaço todos os dias, invariávelmente, para saudade de ti...Sei que hoje o texto virou quase que um capítulo de livro, mas precisava, de alguma forma partilhar esse peso da minha leveza...Beijksssssssss...



7 comentários:

  1. Penélope, filosofar sempre é importante, faz bem
    Pra alma da gente! Ficaste muito bem de loira, e mudar faz bem em todos os sentidos... Fiquei feliz pelo comentário... Bjokas

    ResponderExcluir
  2. Oiii Penélope, pesada ou leve a liberdade é o que de melhor existe, liberdade de pensar, agir, ser e estar.
    BjoBjo querida;)
    Celina Alves
    Luxos e Luxos

    ResponderExcluir
  3. Oi Penélope,
    Eu adoro o Kundera. O nome real do livro é "A Insuportável Leveza do Ser", no Brasil foi traduzido para a "Insustentável", por ser mais romântico, mas vendável, mas o livro é muito lindo e pesado.Adorei a frase que vc citou. Vc tem sorte de viver a beira mar.
    Beijos 1000 e uma ótima 3ª-feira para vc.

    www.gosto-disto.com

    ResponderExcluir
  4. Oii minha linda, gosto de seus textos filosofais rsrs. Sabe estou precisando de uma razão de ser... sou tão descompromissada com o mundo que não me sinto mais parte dele faz tempo. Achei muito bacana vc dividir conosco seus sentimentos, me faz viajar dentro de mim.

    Penélope linda, elogiei vc verdadeiramente, adorei seus cabelos e sua maquiagem estava linda de fato. E sobre aquele post que fiz lá no blog talvez vc ainda não tenha entendido porque postei aquilo rsrs. Eu não estou chateada com o comentário ofensivo, de maneira nenhuma, se me acham feia ou sei lá o que estou pouco ligando sobre o que pensam de mim rsrs, aliás faz tempo que não ligo mais pra isso... Mas eu precisava esclarecer que não sou quem estão me acusando ser, estão espalhando boatos falsos por aí e estava ficando chato demais, espero que com o post pelo menos algumas pessoas acreditem em mim.

    Beijos no coração ótima semana pra vc

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. MIMIMIMI... me lembrou quando morava em São Paulo e assistia a MTV...(risos) o Fudêncio, a Funéria...mas aqui na terra do NUNCA, com TV por assinatura mesmo, senão, nem canal aberto direito...beijos, amada, se cuide e se vc não é quem dizem ser.. DEIXEM QUE DIGAM, QUE PENSEM QUE FALEM, DEIXE ISSO PRÁ LÁ...

      Excluir
  5. Oi querida!
    Amei a parte da caminhada pela praia...
    Sabe que hoje estou usando o esmalte Penélope charmosa?! Muito fofinho...
    Quando vier pra Sampa a gente pode se encontrar.
    Bj.
    Baísa

    ResponderExcluir
  6. Bom dia, Penélope...Pelo visto você mora em um lugar mas sua mente vive ainda em SP e você sente muito a distância. Gostei das citações dos Filósofos, afinal, quando mencionou Milan Kundera, mencionou tbm a teoria de Parmênides e Nietzsche...tenha uma boa semana.

    ResponderExcluir