A indefinição da definição do amor, com as complexas atitudes do cotidiano e suas paixões desmedidas...The uncertainty of the definition of love, with the complex attitude of everyday life and its passions unmeasured.

Amor,  assim como o nada, palavra sem tradução específica...L'amour, comme tout, traduction mot sans spécifique 

Desde a minha útima postagem, tenho tido um comportamento estranho que só experimentei em duas situações distintas da minha vida...quando cursava Direito e quando convivia junto a meu pai em dias de preparação de defesa para Tribunais do Júri, onde ele tinha a árdua tarefa de defender a causa como sua, coisa que fez até o dia de seu fenecer, neste lugar impróprio,o tribunal do júri,  sem concluir seu trabalho.

Por que tenho me sentido assim? Porque percebi o quanto sou defensora do amor, o legítimo amor que na verdade é indefinido, indescritível, inimaginável e perturbador. Tenho feito questionamentos, no meu eu interior, em nome,principalmente de  pessoas que confessam ou não, o quanto sofreram, viveram, e de algum modo, enxergam tal sentimento de diferentes formas...
Eu tenho a minha forma de amar, que não é ortodoxa e tampouco comparável a de outrem, pois a cada um, é dado sentir, como, sentimos o vento, calor, frio, sabor... de jeitos diferentes e em cada fase, etapa ou idade de nossas vidas, de modos diferentes também...
Acredito que nossas almas se comunicam quando olhamos profundamente nos olhos de um ser, e desejamos o melhor , o mais intenso bem-estar, a alegria de saber que estamos próximos, ou se distantes, estamos com a imagem  da pessoa gravada no mais profundo de nossa memória ou inconsciente...
Assim acontece entre pessoas, sejam elas amantes, amigos, irmãos, pais, ou mesmo o gatinho que é um membro da família,ou o cão a quem jamais saberíamos viver sem ...
De modo que, como toda pessoa que lê muito, estuda muito,

eu descobri que não aprendi nada, pois perto da idade do universo, viverei muito pouco...
Daí minha extrema urgência em viver avidamente cada segundo dado a mim, como presentee expandir a todos esse sentimento nobre que todos os dias sentimos sem o saber ...
Penso na projeção que fazemos, desejando de uma parte conhecer o todo do indivíduo e isso é impossível, pois a parte não define o todo, projetamos nossos desejos no outro ser , e muitas vezes, cabe a nós acordarmos desse devaneio através de uma triste decepção, mais ou menos como menciona Cecília Meireles, , em seu poema "Eu te amo"...

Te amo, sim, mas não é bem a ti que eu amo.Amo uma outra coisa misteriosa, que não conheço,mas, que me parece ver aflorar no teu rosto.Eu te amo porque no teu corpo um outro objeto se revela.Teu corpo é lagoa encantada onde reflexos nadam como peixes fugidios...Como Narciso, fico diante dele...No fundo de tua luz marinha nadam meus olhos à procura...Por isto te amo, pelos peixes encantados...

E seguindo  a idéia de Ruben Alves, eu questiono, assim como Santo Agostinho questionou: "O que é eu eu amo, quando amo Meu Deus?"   
O que é que eu amo quando te amo? (O retorno eterno, R.A.)    

Eu amo, aquilo que eu sonhei viver, a idéia pronta, amo a realização dessa idéia, só não me pergunte porquê, pois eu não saberia dizê-lo, não saberia responder tal questionamento, pois, assim, como Drummond, em seu poema... As Sem-razões do Amor, eu não teria razões ou motivos para não amar quem eu amo...

Eu te amo porque te amo.

Não precisas ser amante,

E nem sempre sabes sê-lo.

Eu te amo porque te amo.

Amor é estado de graça

E com amor não se paga.

Amor é dado de graça

É semeado no vento,

Na cachoeira, no eclipse.

Amor foge a dicionários

E a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo

Bastante ou demais a mim.

Porque amor não se troca,

Não se conjuga nem se ama.

Porque amor é amor a nada,

Feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,

E da morte vencedor,

Por mais que o matem (e matam)

A cada instante de amor.

 Mas de tudo, o que importa mesmo, neste mundo cheio de possibilidades,onde fazemos  amigos, on line, onde nos apaixonamos on line, onde, trocamos a velhas e boas cartas por e-mail, recados em redes sociais, flores vivas, palpáveis por imagens (e logo as trocaremos por impressões em  3D), superamos distâncias entre corpos  via celular,ou Web cam,  trocamos nossos velhos amigos, os diários, por Blogs(meu caso), ou seja, evoluímos, a comunicação social evolui,  mas não deixamos de relacionarmos com outras pessoas,tanto no sentido pessoal, quanto nas redes evolutivas de vias profissionais, pois o homem, por natureza é um ser sociável... E assim caminha a humanidade...

Mas na  nossa evolução, não deixamos de apreciar aquilo que nos agrada, no meu caso, uma velha garrafa de café, cheia  de histórias passadas, uma lata de pó de café estimada por carregar emoções jamais esquecidas, mas tão distantes como se fizessem parte de uma outra vida...

Isso para mim, reflete o amor, é assim que o vejo, o sinto e o projeto... são simbolos...
e aí, quando caímos, nos decepcionamos, ou decepcionamos a outro, pois somos humanos,  e, isso é plausível de acontecer, saimos em busca de um outro objeto de amor, uma outra alma que se comunique com a nossa alma..
Desejo do dia? Simples assim: que eu envelheça muito, tenha muito tempo, para extravasar todo esse amor guardado dentro de mim, pronto para ser visto e vivido em encontros e despedidas, chegadas e partidas, em tempestades de dias gris, como foi hoje ou em dias ensolarados e outonais, por muitos e muitos anos, sempre firme, forte e "...que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure.., parafraseando Vinícius...

 Beijos(bisous, kisses) a todos...e perdoem-me, mas para mim, o Amor está no ar, em todos os lugares, a todo momento...
uma música linda que ouvi esta semana, em uma momento de nostalgia...


http://www.youtube.com/watch?v=vjU58W6qDbY


P.S.: Tem fotos retiradas da Internet, AINDA não sei colocar nome dos autores,(prometo que vou aprender) mas se sintam à vontade para mencionarem vossas autorias...afinal, meu desejo NÃO É PLAGEAR ...